terça-feira, 31 de maio de 2011

"OBESIDADE- CAUSA E EFEITO"


“A obesidade é um problema que atinge uma parcela cada vez maior da população mundial. Os diversos fatores que a desencadeiam provocam reações também diferentes. Para conhecê-los é preciso estar atualizado com os avanços da medicina nesse campo”.

a)   O EXCESSO DE GORDURA- Centraliza o problema num estrato corporal definido.
b)   DANOS À SAÚDE- Conceito de Enfermidade. Devido a sua patogenia, podemos dizer que existem múltiplas causas individuais ou coletivas, que afetam o indivíduo. Podem coexistir ao mesmo tempo, provocando a Síndrome da Obesidade.  


CAUSAS PRÓPRIAS DO INDIVÍDUO:

GENÉTICAS:
 A literatura mostra grande influência deste aspecto na perpetuação da Obesidade. Se os pais são normais, a probabilidade que um filho nasça obeso é de 10%. Se um deles é obeso, esta probabilidade aumenta para 40%. Já se ambos são obesos as chances de o bebê nascer obeso são de 80%.

METABÓLICAS:
 Atualmente, esta causa é bastante relevante, sobretudo quando o sedentarismo aparece como fator comum a maioria das pessoas.
 O funcionamento do metabolismo explica, por exemplo, o comportamento diferente em relação a alimentação, entre duas pessoas de igual sexo, idade e contextura. Ao ingerir quantidades caloricamente iguais de comida, o peso de uma delas aumenta e o da outra não, devido a velocidade com que o organismo manipula os alimentos.

ENDOCRINOLÓGICAS:
  Apenas 2% das causas de obesidade são desta origem, sendo o Bócio Hipotiróideo seu melhor representante. Também podemos encontrar Obesidade como sintoma de outras enfermidades como no caso do Cusing.






PSICOLÓGICAS: 
 É indubitável que este fator influi grandemente nos problemas de obesidade, como provocador de altas ingestões calóricas em resposta aos problemas de ansiedade. Não é freqüente encontrar na história clínica destes pacientes elementos que mostram dissociações entre fome-angústia, satisfação, alegria, frio, desassossego e outros, com comida.

PSIQUIÁTRICAS: 
 3% dos casos de Obesidade apresentam Bulimia ou Anorexia em sua história. Todo paciente bulímico ou anoréxico deve ser tratado somente por especialista, pois dentro da patologia psiquiátrica eles são considerados de alto risco.



CAUSAS DA RELAÇÃO DO 
INDIVÍDUO COM O AMBIENTE:

ÉTNICAS:
 Cada grupo racial, tem hábitos próprios de sua cultura, elementos a considerar fortemente no momento da escolha do tratamento mais adequado.

CULTURAIS:
 Os hábitos adquiridos na sociedade em que estamos inseridos, induz ao consumo de comidas industrializadas, de alto conteúdo calórico. As calorias podem aparecer em menor ou maior quantidade e a importância que a sociedade dá a alimentação e ao tipo de alimento ingerido também são fatores influenciadores.





SOCIAIS:
 10% da população de adultos nascidos no Chile, é obesa. Destes, 22% são de classe média e 40% de classe com menores recursos, situação que se repete ao longo de toda a sociedade ocidental. Este fenômeno mostra que a distribuição dos recursos econômicos acarreta diferenças na qualidade dos nutrientes consumidos pelas várias camadas populacionais.
Por outro lado, iremos nos referir aos diferentes tipos de obesidade e seu diagnóstico, com a finalidade de dar e conhecer a variedade e complexidade com que o médico especialista se depara, além de como deve tratá-la posteriormente.



DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO

 
OBESIDADE ANDRÓIDE:


 Este tipo de obesidade atinge mais homens, geralmente adultos, cuja disposição de gordura é de preferência víscero-abdominal. Esta colocação lhe concede uma peculiaridade especial, pois é freqüente encontrar neles problemas nos níveis de colesterol ou triglicerídeos, dando-lhes as características de ser hiperlipidêmicos, diabéticos e/ou hipertensos; candidatos seguros a aumentar o número de cardiopatias.

OBESIDADE GINÓIDE:

                                        

É característica das mulheres com localização da camada gordurosa na zona glútea, o que é conferido por um fator genético preferencial. Dada esta qualidade, tanto o seu tratamento quanto sua remoção são difíceis.

OBESIDADE MIXTA:
Apresenta as duas características. Para alguns autores  ainda existe uma quarta caracterização. Ela corresponde à distribuição abdominal pura, e é chamada de Obesidade Abdominal.



DE ACORDO COM O
TEMPO DE APARIÇÃO:
OBESIDADE INFANTIL:

 Corresponde a um capítulo especial dentro da Obesidade, pois sua complexidade de manejo e tratamento a fazem particularmente diferente.

OBESIDADE DO ADULTO:




 É freqüente sua aparição em mulheres e homens que têm sua vida sedentária. De acordo com a distribuição da camada gordurosa se apresentará uma tendência de maior ou menor relevância no Tratamento.


DE ACORDO COM TIPO CELULAR:

OBESIDADE HIPERTRÓFICA:
 Refere-se ao tipo de obesidade na qual o número de células adiposas está aumentando. Freqüentemente aparece em conjunto com a obesidade da infância.

OBESIDADE HIPERPLÁSICA:
É aquela em que o tamanho de cada célula está aumentando. Observa-se na obesidade do adulto. É necessário destacar que também são encontradas formas mistas desses problemas.




DIAGNÓSTICO:
 
Uma boa história clínica à tecnologia atual facilita o diagnóstico da obesidade. Isso permite um resultado quantitativo indireto bastante próximo da quantidade de gordura corporal que cada pessoa possui.
Esta é a razão pela qual os elementos tradicionais no diagnóstico de obesidade têm permanecido em segundo plano, como é  caso da medição de peso em balança, que tem como único parâmetro o uso de tabelas comparativas.
Sem dúvida, é necessário manifestar que, na falta de outra tecnologia diagnóstica, ainda é válido seu uso. Todavia, são utilizadas as tabelas de Taucher e Valiente – ambos professores do INTA da Universidade do Chile – que fizeram divisões do peso com um máximo e um mínimo, segundo estatura e sexo. Além disso, a partir da tabela de peso com influências dos Estados Unidos eles fizeram, em 1995, uma tabela de peso com divisão por idade, o que lhe confere maior especificidade.
Dado que o conceito de peso ideal, para a idade, estatura e sexo é muito variável e depende de outras variações múltiplas, como as descritas no início do texto, foi enfocada a utilização de um critério mais padronizado, como o índice de Massa Corporal.
O B.M.I, sigla em inglês para Body Mass Index, é um fator matemático que divide Peso e Altura, e classifica a normalidade da seguinte maneira:
B.M.I. até 25 – normal em homens
B.M.I. até 24 – normal em mulheres
B.M.I até 27.3 – sobrepeso em homens
B.M.I. até 27.5 – sobrepeso em mulheres
B.M.I até 40 – obesidade em ambos os sexos
B.M.I superior a 40 – obesidade mórbida



Esta metodologia divide por diferença elétrica a massa gordurosa da que está livre de gordura. O método permite dimensionar os quilos de gordura de cada paciente, de tal forma que a nova classificação diagnóstica de obesidade por Impedanciometria é a seguinte:

  Acima de 25% de gordura corporal no homens = Obesidade
Acima de 30% de gordura corporal na mulheres = Obesidade

Durante 1995, a Sociedade Chilena de Obesidade, em conjunto com um grupo de médicos italianos e a empresa privada, começou uma experiência para detectar a obesidade que se basei numa metodologia de 10 anos de desenvolvimento na Itália com um software que faz um estudo Comportamental Triplo da Composição Corporal. Ele divide os segmentos corporais segundo quantidade de massa muscular, massa gorda e massa óssea; o que tecnicamente faz uma análise muito mais próxima da probabilidade e aproveita a mesma classificação anterior.
É necessário destacar que segundo as “Normas de Tratamento de Obesidade” aprovadas em 1994 pela Sociedade Chilena de Obesidade, todo paciente Obeso antes de iniciar o tratamento deve ter feito exames de Hemograma, Perfil Lipídico, Eletrocardiograma, Perfil Tiróideo e Impedanciometria – se a tecnologia estiver disponível.



TRATAMENTO:











FONTES:  Revista Up to Date, Dr Victor Saavedra Gajardo
Médico Cirurgião. Sócio Ativo das Soc. Médica de Santiago e
Soc. Chilena de Administração Médica e Hospitalar
Socio Fundador da Soc. Chilena de Obesidade....

domingo, 29 de maio de 2011

EMAGRECIMENTO & MANUTENÇÃO DO PESO

                                   
                    
A obesidade pode ser definida como um acúmulo generalizado de gorduras no organismo. O que caracteriza a obesidade como uma disfunção multicausal, são fatores metabólicos, neurológicos, sócio econômicos, culturais e genéticos.
A obesidade deve ser tratada sob diversos aspectos. O obeso deve conscientizar-se da necessidade de uma reorientação dietética, praticar mais exercícios físicos e pesquisar possíveis problemas psicológicos emocionais ou metabólicos.
As pessoas com excesso de peso se cansam com facilidade, ocorrem mais riscos de sofrerem doenças, como o diabetes, hipertensão, varizes, hemorróidas, artrose, trombose e infarto. Pesquisas demonstram que, atualmente, o consumo calórico diário tem sido, em média, de 3500 calorias, traduzindo-se em um número cada vez maior de indivíduos obesos. Esses dados fizeram com que a Organização Mundial de Saúde considerasse a obesidade como um sério problema da civilização moderna.

Os alimentos contém energia química potencial que é transformada no organismo em outras formas de energia, essenciais para o desempenho de suas funções vitais -  energia mecânica para o movimento, energia térmica para manter a temperatura corporal e energia elétrica para a condução dos impulsos nervosos.
A energia potencial armazenada nos alimentos, encontra-se presa nas ligações químicas das moléculas de carboidratos, proteínas e gorduras.
À medida que o organismo necessita de energia ele vai rompendo essas ligações.
Todas as transformações de gordura resultam em produção de calor. É por esta razão que a unidade utilizada para medir a energia é denominada caloria.
Se as calorias totais ingeridas, como alimento ultrapassarem as demandas energéticas diárias, as calorias em excesso serão armazenadas como gordura no tecido adiposo. O consumo calórico diário para mulheres e homens sedentários é em média 2200 e 2700 respectivamente.


Quando se busca o emagrecimento é necessário diminuir a ingestão de calorias revendo a dieta alimentar ou aumentando o gasto calórico através de exercícios.
Desta forma a gordura armazenada será transformada em energia diminuindo o peso corporal até obter-se o peso ideal.
O que é peso ideal? Peso ideal é aquele que propicia o máximo de saúde. O conceito atual de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde é Estado de bem – estar físico, mental e social.
O método ideal de cálculo do peso ideal mais largamente utilizado é a determinação do ÍNDICE DE MASSA CORPORAL – IMC. Este índice pode ser obtido dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em metros.
                  Por exemplo: uma pessoa que pese 58Kg
                                               Meça 1,66m, tem
                                              Um IMC de 21,09 Kg/m²

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL:
         PESO- em KG_________
   (ALTURA)² - EM  METROS


TABELA BASEADA EM ESTUDOS POPULACIONAIS:
IMC – Índice de massa                       Classificação qto
       Corpórea: Kg/m²                                              ao peso
            20 – 25                                 Mormal
            25 – 30                                Excesso de peso
           30 – 35                                 Obesidade leve
           35 – 40                                 Obesidade moderada
          40 – 45                                  Obesidade mórbida




Para facilitar a obtenção e a manutenção do peso ideal existem emagrecedores e inibidores exclusivamente elaborados com plantas medicinais, que buscam reequilibrar, estética e funcionalmente, o organismo comprometido pelo excesso de peso. Os componentes fitoterápicos naturais não oferecem qualquer risco de vício ou dependência , pois são selecionados através de rigorosos critérios de qualidade.
A Centelha Asiática, Cavalinha, Alcachofra, Guaraná, atuam no estímulo do metabolismo orgânico, favorecendo a degradação de lipídios e eliminação de toxinas, através da acentuada ação diurética. A Cavalinha, rica em silício, reestabelece a elasticidade e a tonicidade dos tecidos cutâneos através da biosíntese de novas fibras de colágeno e elastina. A Centella Asiática promove a normalização das trocas metabólicas entre a corrente sanguínea e os adipócitos, permitindo a liberação da gordura localizada pela ação das enzimas lipolíticas.
A alcachofra estimula a secreção biliar, reduzindo a colesterolemia e apresentando, ainda, ação diurética. O guaraná apresenta atividade estimulante e termogênica agindo principalmente pelo aumento do gasto energético, tendo um efeito discreto na moderação do apetite.
Direcionados como auxiliares nos regimes de emagrecimento, apresentam dois modos de ação distintos:
a)   Ação que acelera a eliminação de líquidos, toxinas e queima de gorduras, tendo efeito anti celulite.
b)    Ação que modera o apetite, diminuindo o desejo de comer doces e a produção de gorduras.
A utilização de ativos naturais combinados reflete numa atividade emagrecedora mais ampla.
AÇÃO EMAGRECEDORA:
 As plantas atuam de forma inovadora no metabolismo orgânico, favorecendo a queima de gorduras de forma gradua e a eliminação de líquidos e toxinas acumulados em excesso. Essas propriedades são fundamentais no tratamento da celulite e gordura localizada, também estimulam e a elasticidade da pele, porém é importante lembrar que seu uso não é recomendado para grávidas ou lactantes.

AÇÃO MODERADORA:
a) Auxilia nos regimes de emagrecimento
b) Diminui o desejo de comer doces
c) Reduz a produção de gorduras



As modernas fórmulas usam extrato padronizado produzido através da Garcínia, fruta nativa do sul da Ásia. A sua ação é devida ao ácido cítrico encontrado nas laranjas. Esse ácido atua diminuindo a produção de gordura e também o desejo de comer doces, que por serem altamente calóricos favorecem o ganho de peso.
Graças a estas características peculiares, a Garcínia vem sendo utilizadas nos Estados Unidos e Europa como auxiliar nos regimes.
A Garcínia atua por mecanismos exclusivamente metabólicos, não interferindo no sistema nervoso central. Além de inibir a síntese de gorduras e colesterol, aumenta a termogênese, facilitando a queima de calorias.
Mesmo que haja a ingestão de açucares, não existe o risco de que estes acumulem-se no tecido adiposo e no sangue na forma de triglicérides, o que previne a ocorrência da obesidade.
Este desvio metabólico provocado pela garcínia também faz com que haja uma redução no apetite por aumento da sensação de saciedade natural. Sendo assim, além de atuar evitando o acúmulo de gorduras, essa planta ainda comporta-se como um anorexígeno natural, isento de efeitos colaterais como os anorexígenosa anfetamínicos.
Indivíduos que utilizaram garcínia perderam significamente   mais peso e reportaram menor desejos por doces,apetite reduzido e maior energia do que os indivíduos que aderiram somente à dieta e aos exercícios.
Comprovou-se ainda que a perda de peso alcançada com garcínia é estável e não provoca efeito rebote, ou efeito “iô – iô como é observado na maioria dos supressores de apetite e restrição de calorias quando ocorre a descontinuidade de suas utilizações.   
Fontes: Revista Up to Date e  Herbarium (Laboratório)             
         








A OBESIDADE É UMA ENFERMIDADE GENÉTICA?

   



”Mesmo sendo um mal comum a muitas pessoas, a obesidade ainda não é totalmente conhecida pelos médicos. E, um dos pontos que mais dúvidas levanta é o que trata de sua causa. Pesquisas recentes, porém dão como certa  a influência significativa da herança genética no desenvolvimento do problema.”
A obesidade constitui hoje uma das desordens nutricionais mais comuns dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, gerando um verdadeiro problema público. A facilidade de acesso a alimentos industrializados e a diminuição da atividade física, ambos conseqüência do progesso, aparecem como principais responsáveis da alarmante alta de casos, que em alguns países alcança mais de 30%  da população adulta, e perigosamente, já está afetando também a população infantil.
Isto em levado numerosos laboratórios de investigação a intensificar seus esforços para compreender as bases fisiopatolígicas da obesidade. Sendo assim, está mais fácil descobrir remédios mais eficientes e com menos resultados adversos do que os causados pelos medicamentos utilizados atualmente. As novas fórmulas devem complementar da melhor maneira o tratamento tradicional, constituída de regime hipocalórico, atividade física e mudança de conduta.





A obesidade pode ser definida como uma enfermidade crônica, de origem multifatorial, na qual fatores genéticos e ambientais se interagem. É caracterizada por um aumento anormal do tecido gorduroso, que provoca riscos para a saúde.
São numerosos os estudos epidemiológicos que avaliam o risco de mortalidade apresentado pelos obesos, especialmente no que se refere a patologias crônicas que repercutem no sistema cardiovascular – hipertensão arterial, diabetes mellitus não insulino dependente e dislipidemias, entre outras. É necessário o reconhecimento preventivo desses problemas, para que o tratamento adequado seja realizado o quanto antes. Infelizmente, mesmo com prosseguimento do regime hipocalórico, da atividade física, das mudanças de conduta e do uso de medicamentos anorexígenos, após a diminuição de peso é difícil conseguir mantê-lo.
É essa aparente resistência à baixa de peso e rápida recuperação do peso corporal inicial, que leva a pensar na contribuição, em maior ou menor grau, dos fatores genéticos, o que está sendo confirmado por algumas observações que precisam ser decifradas:
a)  A maior freqüência de obesos dentro de uma mesma família:
Quando um dos pais é obeso a probabilidade do filho também ser obeso é de aproximadamente 40%, aumentando para 80% quando ambos os progenitores o são.
b)  A maior semelhança entre os pesos corporais de filhos adotados com seus pais biológicos do que com seus pais adotivos.
c)   A relação de peso mais próxima entre gêmeos monozigotos do que no dizigotos.
d)  A aparição constante da obesidade em enfermidades genéticas humanas raras, determinadas pela mutação de um só gen.

Os mecanismos exatos de como os fatores genéticos influem na obesidade, ainda estão pouco claros. Entretanto, não há dúvida de que eles afetam tanto o ingresso calórico como o gasto energético no metabolismo.




         O GENE DA OBESIDADE 

              




A  partir do final de 94, uma série de trabalhos realizados nos Estados Unidos, resultam na clonagem, primeiramente em ratos e humanos, do denominado “gene da obesidade”. Ele manifesta-se exclusivamente no adipócito, por meio da síntese de uma proteína denominada leptina ou proteína OB, cujas principais funções conhecidas até agora são participar ativamente na saciedade e informar o hipotálamo – lugar do cérebro onde se encontram os centros que regulam o apetite e a saciedade -  sobre nossas reservas de gordura periféricas, além de aumentar o gasto energético e a mobilidade. Esta proteína é uma das responsáveis pela manutenção do peso corporal, apesar das grandes variações na alimentação, processo denominado set point.
Os níveis plasmáticos de leptina, em geral, guardam uma estreita relação com a quantidade de gordura, pois diminuem notoriamente com a baixa de peso e elevam-se com o aumento deste, podendo ser, em parte, responsáveis pela recuperação do peso, ao aumentar o apetite e diminuir o gasto energético.
Estudos realizados em obesos, permitem concluir que a grande maioria têm os níveis de leptina altos. Em alguns casos, porém podem aparecer níveis normais, ou até mesmo diminuídos.
Experiências feitas em ratos geneticamente obesos apresentaram uma redução siginificativa do peso corporal, ao ser administrada a proteína leptina, o que demonstra a existência de uma deficiência da substância. Outros tipos de animais obesos são resistentes a ela, aparentemente por um defeito em seu receptor hipotalâmico.
Essa experiência poderia estender-se a humanos, sem obstáculos, no gen OB codificador da leptina. Os estudos de sua ação em pessoas obesas já estão sendo realizados.
Por outro lado, tem sido detectada a diminuição de outros importantes sinais hormonais de saciedade, originados no tubo intestinal, com a chegada dos alimentos.
Eles informariam aos centros reguladores da alimentação que devemos deixar de comer, e podem ter base genéticas, o que demostra a participação poligênica na etiologia da obesidade. Além disso, estudos em animais e humanos obesos demostram alterações nos neurotransmissores – substâncias químicas que comunicam um neurônio a outro – implicadas na alimentação. Isso ocasionaria  uma hiperfagia, e, em conseqüência a obesidade. Um exemplo clássico dessas reações são vistas na serotonina.
Até aqui só nos referimos à participação genética que repercute na ingestão de calorias. Contudo, também são detectadas alterações calóricas, que contribuem para uma liberação energética mais eficiente, pondo fim ao aumento do tecido gorduroso.
Pesquisas indicam que pode haver diminuição do gasto energético e daí, liberação energética em qualquer dos três componentes – metabolismo basal,  termogênese induzida pela dieta e atividade física. Mas nem todos  são convincentes, o que poderia explicar-se  pela heterogeneidade das obesidades e diferenças na terapias empregadas.



Nos últimos tempos estão sendo identificados em animais e hunanos mutações em certos genes relacionados  aos ingressos calóricos , especificamente com a termogênese induzida pela dieta, com seus dois componentes – obrigatórios e facultativo. Para compreender este último  item, é necessário conhecer  certos conceitos relativos a termogênese.
Trata-se do processo pelo qual os animais homeotermos são capazes de produzir calor, o que lhes permite manter ser corpo a temperaturas próximas aos 37 º C, independente – até certo ponto – das temperaturas externas. A transformação da energia metabolizável obtida  através dos alimentos, produzem perdas inevitáveis  de energia em forma de calor, somadas ao gasto energético obrigatório ocupado na assimilação  dos nutrientes – digestão, absorção, transporte e armazenamento. Ela é chamada termogênese obrigatória e a utilizamos para a manutenção do organismo, trabalho externo, crescimento e reprodução. Sem dúvidas, existe outra forma de produzir calor por parte do corpo, em resposta a diversos estímulos , como alimentação extra, exposição ao frio e remédios, conhecida como termogênese adaptativa.
É interessante observar como corpo mantém o peso dentro de  margens limitadas, apesar da alimentação cheia de excessos a que podemos estar  expostos.
Muito tem-se especulado em relação ao órgão que realiza esta importante função que é dissipar o excesso de calorias consumidas diariamente em forma de calor. Mas, de acordo com estudos atuais, seria especialmente o tecido adiposo (branco e pardo), os músculos e o fígado, entre outros.
Neles foram detectadas anomalias genéticas – Proteína Desacoplante 1 e 2  mitocondrial  (UPC) e Beta 3 adrenoreceptores  - que poderiam impedir o desenvolvimento das funções, com uma liberação energética substancial que poderia lebar com o tempo, à obesidade.
Por outro lado, a atenção dos investigadores também está centrada no fenômeno do manejo dos nutrientes. Isso se relaciona  com a forma do organismo utilizar os carboidratos – açucares – e gorduras, seja metabolizando-os como energia ou armazenando-os.



Como sabemos, nosso organismo possui uma capacidade limitada de armazenar carboidratos como glucogeno no fígado e músculos. Sendo assim, o excesso deles poderia ser identificado como gordura. Caso, contrário, o corpo tem uma extrema facilidade para armazenar gordura, em quantidades quase ilimitadas, provavelmente refletindo um mecanismo de proteção para os dias em que a pessoa não alimentar-se bem.
Acredita-se que certos indivíduos teriam maior capacidade de utilizar os carboidratos como fonte energética, num processo de oxidação. Neste caso, seria facilitado no adipócito, mediante a participação da enzima lipoproteinlipasa (LPL), cuja atividade também estaria determinada geneticamente. Nas pessoas obesas seria apresentada uma superatividade dessa enzima.
Poe último, também é interessante assinalar que a herança genética tem um papel importante na distribuição da gordura corporal, guardando relação com um risco maior de mortalidade. Isto é certo para a obesidade de tipo andróide (mais comum na mulher após a menopausa e no homem), na qual a gordura situa-se preferencialmente na metade superior do corpo, tórax e abdômen, e que é identificada como a obesidade em forma de maçã. Por sua vez, a gordura que se distribui na metade inferior do corpo, fêmur e glúteos, conhecida como pêra, é própria da obesidade ginóide, e está presente na mulher em idade reprodutiva. Ela apresenta riscos muito menores de complicações metabólicas.
Todo o exposto anteriormente, nos leva a observar a obesidade de uma maneira diferente, deixando de lado idéias antigas, que atribuíam o excesso de gordura a uma falta de força de vontade da pessoa, além de acreditar que somente fatores ambientais, como a alimentação em excesso e o sedentarismo desencadeariam o problema. A nova concepção mostra que a herança genética realmente exerce uma influência significativa no surgimento da obesidade. Em virtude disso, avançam os estudos de mais de 30 genes que poderiam ter uma possível contribuição na obesidade humana.
Deduz-se daí que talvez não esteja tão distante o dia em que será possível tratar com mais eficiência esta tão enigmática e mal conceituada enfermidade.
Fontes: Revista Up to Date.
 Matéria escrita por Dr Alex Valenzuela Montero. (Vice Presidente da Sociedade Chilena de Obesidade; autor do livro: Obesidade; Membro da FLASO – Federação Latino americana de Sociedades de Obesidade; Membro da IASO – Inaternational association for Study of Obesity)